13 Dezembro 2021
Em 2010, o cardeal Francis George, então presidente da Conferência Episcopal dos Bispos Católicos dos EUA – USCCB, publicou uma declaração enfatizando que o movimento de católicos LGBTQIA+ New Ways Ministry “não tinha aprovação ou reconhecimento da Igreja Católica e que eles não poderiam falar como parte dos fiéis católicos nos EUA”.
A reportagem é publicada por National Catholic Register, do grupo EWTN, 07-12-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Funcionários da Secretaria-Geral do Sínodo dos Bispos removeram um link de uma página de subsídios que remetia a materiais do New Ways Ministry, depois que tomaram conhecimento de que a USCCB expressou sua desaprovação do movimento LGBTQIA+ em 2010.
Thierry Bonaventura, gerente de comunicação do Secretariado-Geral, disse à CNA no dia 7 de dezembro que o link do site synodresources.org havia sido retirado.
Escrevendo em sua conta no Twitter em 6 de dezembro, o padre jesuíta James Martin saudou o link como “um pequeno, mas histórico, passo à frente para os #LGBTQCatholics”.
O padre Martin, autor de “Building a Bridge” (“Construindo uma ponte”, em tradução livre), um livro que defende laços mais fortes entre a Igreja Católica e a comunidade LGBTQIA+, escreveu: “Como disse o Papa Francisco, todas as vozes devem ser ouvidas no Sínodo...”.
O New Ways Ministry foi fundado em 1977 na Arquidiocese de Washington pela irmã Jeannine Gramick e o padre Robert Nugent, que foram objeto de uma notificação pela Congregação do Vaticano para a Doutrina da Fé em 1999.
A notificação, assinada pelo cardeal Joseph Ratzinger, o futuro Bento XVI, dizia que suas posições “a respeito do mal intrínseco dos atos homossexuais e da desordem objetiva da inclinação homossexual são doutrinariamente inaceitáveis porque não transmitem fielmente o ensino claro e constante da Igreja Católica nesta área”.
Em 2010, o cardeal Francis George, então presidente da USCCB, emitiu uma declaração enfatizando que o New Ways Ministry “não tem aprovação ou reconhecimento da Igreja Católica e que eles não podem falar em nome dos fiéis católicos nos Estados Unidos”.
Bonaventura disse à CNA que a página synodresources.org é uma iniciativa do Secretariado-Geral do Sínodo dos Bispos para compartilhar recursos entre dioceses, conferências episcopais e organizações católicas oficiais.
Mas ele observou que o endereço do site não termina em “.va”, o domínio de internet para a Cidade do Vaticano.
“Isso significa que o conteúdo publicado não expressa a opinião do Secretário-Geral do Sínodo ou do Vaticano”, explicou.
“Ao mesmo tempo, mesmo que estejamos abertos para receber quaisquer recursos úteis sem uma censura particular do material, é nosso desejo receber contribuições de organizações oficialmente reconhecidas pela Igreja Católica”.
“Nesse caso, minha equipe não tinha conhecimento da situação da organização do New Ways Ministry e do esclarecimento dado pelo presidente da USCCB em 2010”.
O Secretariado-Geral do Sínodo dos Bispos está atualmente supervisionando o que foi descrito como um dos maiores exercícios de consulta da história da humanidade, antes do Sínodo sobre Sinodalidade de 2023.
Um manual lançado pelo Vaticano em setembro exortou as dioceses a incluir “todos os batizados” no processo, incluindo aqueles que estão à margem da vida da Igreja.
Dizia: “Deve-se ter um cuidado especial para envolver as pessoas que podem correr o risco de serem excluídas: mulheres, deficientes, refugiados, migrantes, idosos, pessoas que vivem na pobreza, católicos que raramente ou nunca praticam sua fé, etc.”.
O Vaticano anunciou em maio que o Sínodo sobre a Sinodalidade seria aberto com uma fase diocesana a partir de outubro de 2021.
Uma segunda fase, continental, ocorrerá de setembro de 2022 a março de 2023.
A terceira fase universal começará com a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, dedicada ao tema “Por uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão”, no Vaticano em outubro de 2023.
A seção “Sobre” da página synodresources.org diz que o site é “uma plataforma para compartilhar subsídios, histórias e experiências na jornada do Sínodo 2021-2023”.
Bonaventura disse: “Ao mesmo tempo, é preciso estar ciente de que estamos estudando a forma de ouvir todos os fiéis e também as organizações que não estão oficialmente em comunhão com a Igreja Católica, pois é uma questão de consistência da mensagem que queremos espalhar, mas a página synodresources.org não é o lugar para isso”.
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Sínodo dos Bispos remove do seu site links que remetiam a subsídios organizados por católicos LGBTQIA+ - Instituto Humanitas Unisinos - IHU